J
Professora : Thaynã Lustosa - Disciplina:
Língua Portuguesa Série : – 8º ANO
2 º atividade 1º bimestre
1. Leia
com bastante atenção a crônica e em
seguida responda às questões a ela referente. Boa leitura.
O Homem que conheceu o amor.
Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui muito amado.” E
dizia isto com tal plenitude como
quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à beira-mar.
Não
havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humildade e a petulância sagrada. Parecia um pintor,
que, olhando o quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia certo fastio em suas palavras e gestos. Se retirava
de um banquete satisfeito. Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera
pronta para amar.
Se
eu fosse rei ou prefeito teria mandado ergue-lhe uma estátua. Mas, do jeito que
falava, ele pedia apenas que no seu túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem
que amou e foi muito amado”.
E aquele homem me confessou que amava sem
nenhuma coerção. Não lhe encostei a
faca no peito cobrando algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito
diferente daqueles que não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afogando de
paixão, levando choques de amor, mas não se entregam. E no entanto, basta-lhes
a ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do amor.
Uns
dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li
numa revista um conhecido ator dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros
ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está que Abraão
gerou Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum
deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.
Mas
quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela frase, me senti não apenas como o homem
que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um garoto de quatro anos, de
calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero ser um homem de oitenta anos
que diga: “amei muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto não
seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada. E eu não poderia
desperdiçar uma sabedoria que levou 80 anos para se formar. É como se eu não
visse o instante que a lagarta se transformara em libélula.
Ouvindo-o,
por um instante, suspeitei que a psicanálise
havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sempre disse, de que o desejo nunca
é preenchido, que se o é, o é por frações de segundos, e que a vida é
insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, porque sobre o amor
há várias frases inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho amado tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo
Jabor disse outro dia a frase mais retumbante desde “Independência ou morte” ao
afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo Alves dizia: “eu era feliz e
não sabia”.
Frase
que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem
reconhecer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um
banquete real está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.
Sei
que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos apresentado o personagem,
também o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a
reprimenda. Porque quando alguém está amando, já nos contamina de jasmins.
Temos vontade de dizer, vendo-o passar - ame por mim, já que não pode se deter
para me amar a mim. Exatamente como se diz a alguém que está indo à Europa: por favor, na Itália, coma e
beba por mim.
Ver
uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de amor.
Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é de outro, mas
passa das páginas e telas para a gente.
Todo
jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor.
Reconhece-se
a 50m um desamado, o carente. Mas reconhece-se a 100m o bem amado. Lá vem ele:
sua luz nos chega antes de suas roupas e pele. Sim, batem nas dobras de
seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores estão colorindo o chão
em que pisou.
O
que ama é um disseminador. Tocar nele
é colher virtudes. O bem amado dá a impressão de inesgotável. O bem amado é uma
usina de luz. Tão necessário à comunidade, que deveria ser declarado um bem de
utilidade pública.
Affonso Romano de Sant’Anna
Dialogando com o texto
1.O tema da crônica lida é o amor e o comportamento das pessoas bem
amadas. Segundo o texto “reconhece-se o
desamado a 50 metros e o bem amado a 100 metros.” O que você entendeu por
isso? Explique essa diferença.
2. Leia. “Sinos
batem nas dobras de seu ser. Pássaros
pousam em seus ombros e frases. Flores
estão colorindo o chão em que pisou.” – Agora responda o que essas
construções semânticas sugerem sobre a pessoa bem-amada?
3..Nessa
crônica, o autor utiliza frases (sobre o amor ) escritas por outras pessoas.
Escolha uma dessas frases (a que você mais gostou) e comente-a.
4.
Uma das características do gênero crônica é levar o leitor afazer uma reflexão sobre algo da vida cotidiana. Você acha que a leitura dessa
crônica despertou em você uma nova compreensão sobre o valor de amar? Que
reflexão pode ser feita sobre o ato de
amar? Justifique sua resposta
5. Nesta crônica, o
autor exalta a sabedoria de um senhor de 80 anos. Qual das frases expressa essa
sabedoria?
( )
Reconhecer que amou muito.
( )
Reconhecer que amar é fundamental.
( )
Reconhecer que amou e foi muito amado.
.6.Observe as frases
a baixo e responda o que se pede:
a. O amor é uma das
coisas mais belas desse mundo!
- Sujeito:
____________________________________
- Núcleo do sujeito:
____________________________
- Tipo de sujeito:
______________________________
b. Andavam no campo
florido vacas, ovelhas e cachorros.
- Sujeito:
_____________________________________
- Núcleo do sujeito:
_____________________________
- Tipo de sujeito:
_______________________________
c. Estamos preocupados com a seca no Nordeste.
- Sujeito:
_______________________________________
- Predicado:
_____________________________________
- Tipo de sujeito:
_________________________________
d.. Vende-se esta casa!
- Tipo de sujeito:
_________________________________
e. Fez muito frio essa noite na minha cidade.
- Tipo de sujeito:
_________________________________
7.Justifique por que essa frase é uma Oração sem Sujeito: Haverá dias que
você se sentirá muito feliz!”
a.
Não é possível identificar o verbo.
b.
O verbo - Haver
- no sentido de “existir”.
c.
O sujeito da oração é - muito feliz!
d.
O sujeito está indeterminado
Exercício
de Verificação de Aprendizagem 1ºBimestre
1.Leia
com bastante atenção à seguinte crônica , em seguida responda às questões
propostas. Boa leitura! (1.0)
Tatuagem
(Enfermeira
inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no peito pedindo para não proceder a
manobras de ressuscitação em caso de parada cardíaca. Mundo
Online, 4.fev.2003)
Ela não
era enfermeira (era secretária), não era inglesa (era brasileira) e não tinha
78 anos, mas sim 42: bela mulher, muito
conservada. Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa. Foi procurar um tatuador,
com o recorte da notícia. O homem não comentou: perguntou apenas o que era para
ser tatuado.
- É bom você anotar -disse ela- porque não será uma mensagem tão curta como essa da inglesa.
Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar.
- É bom você anotar -disse ela- porque não será uma mensagem tão curta como essa da inglesa.
Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar.
- "Em caso de que eu tenha uma parada
cardíaca" -ditou ela-, "favor não proceder à ressuscitação"
Uma
pausa, e ela continuou: - "E não procedam à ressuscitação, porque não vale
a pena. A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos."
Ele continuou escrevendo, sem dizer nada. Era pago para tatuar, e quanto mais coisas tatuasse, mais ganharia.
Ela continuou falando. Agora voltava à sua infância pobre; falava no sacrifício que fora para ela estudar. Contava do rapaz que conhecera num baile de subúrbio, tão pobre quanto ela, tão esperançoso quanto ela. Descrevia os tempos de namoro, o noivado, o casamento, o nascimento dos dois filhos, agora grandes e morando em outra cidade. Àquela altura o tatuador, homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a história: sem dúvida ela fora abandonada pelo marido, que a trocara por alguma mulher mais jovem e mais bonita. E antes que ela contasse sua tragédia resolveu interrompê-la. Desculpe, disse, mas para eu tatuar tudo que a senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro mulheres. Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde. Depois, convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali perto.
Ele continuou escrevendo, sem dizer nada. Era pago para tatuar, e quanto mais coisas tatuasse, mais ganharia.
Ela continuou falando. Agora voltava à sua infância pobre; falava no sacrifício que fora para ela estudar. Contava do rapaz que conhecera num baile de subúrbio, tão pobre quanto ela, tão esperançoso quanto ela. Descrevia os tempos de namoro, o noivado, o casamento, o nascimento dos dois filhos, agora grandes e morando em outra cidade. Àquela altura o tatuador, homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a história: sem dúvida ela fora abandonada pelo marido, que a trocara por alguma mulher mais jovem e mais bonita. E antes que ela contasse sua tragédia resolveu interrompê-la. Desculpe, disse, mas para eu tatuar tudo que a senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro mulheres. Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde. Depois, convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali perto.
Estão
vivendo juntos há algum tempo. E se dão muito bem. Ela sente um pouco de ciúmes
quando ele é procurado por belas garotas, mas sabe que isso é, afinal, o seu
trabalho. Além disso, ele fez uma tatuagem especialmente para ela, no seu
próprio peito. Nada de muito artístico, o clássico coração atravessado por uma
flecha, com os nomes de ambos. Mas cada vez que ela vê essa tatuagem, ela se
sente reconfortada. Como se tivesse sido ressuscitada, e como se estivesse
vivendo uma nova, e muito melhor, existência.
(Moacyr Scliar, Folha de S.
Paulo, 10/03/2003.)
O escritor Moacyr Scliar
escreve às segundas-feiras, nesta coluna, um texto de ficção baseado em
matérias publicadas no jornal.
Interagindo com o texto
2.O trecho da crônica que mostra que o cronista
inspirou-se em um fato real é
(A)
a notícia, retirada da Internet, que introduz a crônica.
(B)
as manobras de ressuscitação praticadas pelos médicos.
(C)
a reprodução da conversa entre a secretária e o tatuador.
(D)
a história de amor entre a secretária e o tatuador.
3.
A protagonista do texto procura um tatuador.
Explique o motivo dessa procura e que tipo de tatuagem ela desejava fazer.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4.O fato gerador do conflito que constrói a
crônica é a secretária:
(A)
ser mais jovem que a enfermeira da notícia.
(B)
concluir que a vida não vale a pena.
(C)
achar romântica a história da enfermeira
(D)
ter se envolvido com o tatuador.
5.Um
trecho do texto que expressa uma opinião é:
(A)
“Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa.”
(B)
“O homem não comentou; perguntou apenas o que era para ser tatuado.”
(C)
“A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
(D)
“Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde.”
6.O
trecho do texto que retrata a consequência após o encontro da secretária com o
tatuador
é
(A)
“Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia”.
(B)
“Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar”.
(C)
“E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la”.
(D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se
dão bem”.
7.
Observando as atitudes e as opiniões da moça, caracterize (fisicamente e
psicologicamente ) com o máximo de detalhes
à personagem.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8.Observe os verbos e identifique os sujeitos
das frases e depois relacione as colunas
identificando-os .
a ) O Tatuador e a
secretaria vivem um belo romance. (
) Simples
b) Moacyr Scliar é um excelente cronista! (
) Composto
c) Achamos
que tatuagem não muda caráter ! ( )
Indeterminado
d) Faz
nove anos que a crônica foi escrita . ( ) Desinencial
e) Comenta-se muito sobre pessoas tatuadas . ( ) Sujeito Inexistente
“O
verdadeiro analfabeto é aquele que aprendeu a ler e não lê ! ”Mário Quintana Bom trabalho!
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